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Importância da automotivação para a gestão do transtorno de ansiedade

A automotivação desempenha um papel crucial na gestão do transtorno de ansiedade, oferecendo um conjunto de benefícios psicológicos e comportamentais que podem facilitar a recuperação e a manutenção do bem-estar mental.

Conceitos Teóricos

A automotivação refere-se à capacidade de um indivíduo de se engajar em comportamentos direcionados a objetivos sem a necessidade de incentivo externo. Segundo a Teoria da Autodeterminação (Deci & Ryan, 1985), a automotivação é impulsionada por três necessidades psicológicas básicas: autonomia, competência e relacionamentos. A satisfação dessas necessidades pode levar a uma motivação intrínseca, onde as atividades são realizadas por prazer ou satisfação pessoal.

Automotivação e Transtorno de Ansiedade

O transtorno de ansiedade é caracterizado por medo excessivo e preocupações que interferem na vida diária do indivíduo. As intervenções tradicionais, como a psicoterapia a medicação, são eficazes, mas a automotivação pode potencializar esses tratamentos de várias maneiras, gerando a partir do autoconhecimento:

1. Autonomia e Controle

A automotivação permite que os indivíduos sintam maior controle sobre suas vidas e suas respostas emocionais. Isso é especialmente importante para pessoas com transtorno de ansiedade, que muitas vezes experimentam uma sensação de desamparo e falta de controle. Ao definir metas pessoais e se esforçar para alcançá-las, os indivíduos podem recuperar um senso de autonomia, reduzindo a sensação de vulnerabilidade associada à ansiedade (Bandura, 1997).

2. Competência e Autoeficácia

Sentir-se competente e eficaz em lidar com os sintomas de ansiedade é essencial para a recuperação. A automotivação pode ajudar os indivíduos a se envolverem em atividades de enfrentamento, como a prática regular de exercícios físicos, a meditação e a adesão ao processo psicoterapêutico. Esses comportamentos, por sua vez, aumentam a autoeficácia, ou a crença na capacidade de gerir a ansiedade, criando um ciclo positivo de comportamento e crença (Bandura, 1986).

3. Relacionamentos e Suporte Social

Embora a automotivação se concentre em impulsos internos, o suporte social também é um componente crítico na gestão da ansiedade. A automotivação pode levar os indivíduos a buscar e construir redes de apoio, participar de grupos de apoio e se engajar em atividades sociais, o que pode proporcionar um senso de pertencimento e reduzir sentimentos de isolamento (Cohen & Wills, 1985).

Algumas estratégias para aumentar a automotivação:

1. Definir objetivos claros e realistas;

2. Elaborar planos de ação;

3. Aumentar a sua autoconfiança;

4. Encarar os erros como uma aprendizagem e não uma derrota;

5. Conhecer bem os seus valores.

 

Conclusão

Dentre as habilidades que precisamos desenvolver ao longo da vida, a automotivação é apontada pelos estudos psicológicos como um fator determinante para aumentar nosso poder de resiliência, nos permitindo vencer as adversidades da vida com sabedoria e determinação, pois ela é a base da ação.

A automotivação é um componente vital na gestão do transtorno de ansiedade, facilitando a recuperação por meio do aumento do senso de controle, competência e suporte social. Integrar estratégias que promovam a automotivação pode potencializar os efeitos das intervenções tradicionais, contribuindo para um manejo mais eficaz e sustentável da ansiedade.

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@psicologaluciadornelas

Referências:

  • Bandura, A. (1986). Social Foundations of Thought and Action: A Social Cognitive Theory. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall.
  • Bandura, A. (1997). Self-Efficacy: The Exercise of Control. New York: W.H. Freeman.
  • Cohen, S., & Wills, T. A. (1985). Stress, social support, and the buffering hypothesis. Psychological Bulletin, 98(2), 310-357.
  • Deci, E. L., & Ryan, R. M. (1985). Intrinsic Motivation and Self-Determination in Human Behavior. New York: Plenum.