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IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE PÂNICO

A psicoterapia desempenha um papel crucial no tratamento do transtorno de pânico, uma condição caracterizada por ataques súbitos de medo intenso, acompanhados de sintomas físicos como taquicardia, sudorese, tremores e sensação de perda de controle. Este transtorno é frequentemente debilitante, interferindo significativamente na qualidade de vida dos indivíduos.

Abordagens Terapêuticas

Entre as modalidades de psicoterapia, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é amplamente reconhecida como uma das mais eficazes para o tratamento do transtorno de pânico. A TCC trabalha no sentido de identificar e modificar os padrões de pensamento distorcidos e comportamentos que contribuem para a manutenção dos ataques de pânico. Estudos mostram que a TCC pode reduzir significativamente a frequência e a intensidade dos ataques, bem como diminuir a ansiedade antecipatória associada ao medo de novos episódios.

Eficácia da Psicoterapia

A psicoterapia oferece uma abordagem estruturada para ajudar os pacientes a compreender a natureza de seus sintomas e desenvolver habilidades de enfrentamento. Além disso, o tratamento psicoterapêutico tem demonstrado eficácia comparável e, em alguns casos, superior ao uso de medicação. A vantagem da psicoterapia reside na sua capacidade de proporcionar benefícios a longo prazo, reduzindo a taxa de recaída, algo que é mais comum quando o tratamento se baseia apenas no uso de fármacos.

Benefícios Psicológicos e Comportamentais

Além de aliviar os sintomas agudos, a psicoterapia ajuda a reestruturar as percepções dos pacientes sobre suas experiências, promovendo uma visão mais realista e menos catastrófica das situações que desencadeiam os ataques de pânico.

Técnicas como a exposição interoceptiva (indução deliberada de sensações físicas que mimetizam os sintomas de pânico), frequentemente usadas na TCC, com o objetivo de promover a habituação e a correção das interpretações distorcidas permitem que os pacientes confrontem e diminuam o medo de sensações corporais associadas ao pânico, resultando em uma diminuição do comportamento de evitação, que é comum em indivíduos com esse transtorno.

As intervenções podem incluir:

  1. Hiperventilação controlada: Induzir a hiperventilação pode produzir sensações de tontura, formigamento nas extremidades e sensação de desmaio, sintomas frequentemente presentes em ataques de pânico. Ao expor o paciente a essas sensações de forma controlada, ele aprende a dissociar essas sensações de uma ameaça real.
  2. Exercícios físicos intensos: A prática de atividades físicas, como correr ou subir escadas rapidamente, aumenta a frequência cardíaca e a respiração, simulando os sintomas físicos do pânico. O objetivo é ajudar o paciente a reconhecer que essas sensações são normais e não perigosas.
  3. Rotação corporal (girar em uma cadeira): A rotação corporal pode induzir tontura, um sintoma comum nos ataques de pânico. Ao repetir essa experiência em um ambiente seguro, o paciente se acostuma com a sensação e reduz a ansiedade associada.
  4. Segurar a respiração: Ao prender a respiração por curtos períodos, pode-se simular a sensação de falta de ar, ajudando o paciente a enfrentar e reinterpretar essa sensação sem catastrofizar.

Mecanismos de eficácia

As técnicas interoceptivas funcionam através de vários mecanismos:

  • Habitação: A exposição repetida a sensações desconfortáveis sem a ocorrência de um desastre iminente reduz gradualmente a resposta de medo.
  • Reestruturação cognitiva: Ao experimentar essas sensações em um contexto seguro, os pacientes aprendem a reavaliar suas interpretações errôneas, substituindo crenças catastróficas por interpretações mais realistas e adaptativas.
  • Redução da evitação: Ao confrontar diretamente as sensações temidas, as técnicas interoceptivas ajudam a reduzir os comportamentos de evitação, que podem perpetuar o transtorno.

Aspectos Relacionais

A psicoterapia também oferece um espaço seguro para explorar questões subjacentes ao transtorno de pânico, como traumas, estresse crônico e dificuldades interpessoais. Ao abordar essas questões, o paciente pode não apenas aliviar os sintomas de pânico, mas também melhorar a qualidade das suas relações e o bem-estar emocional em geral.

Conclusão

Em resumo, a psicoterapia, particularmente a TCC, é uma intervenção fundamental no tratamento do transtorno de pânico, oferecendo uma abordagem que não apenas alivia os sintomas, mas também promove uma mudança duradoura na forma como o indivíduo lida com a ansiedade. A combinação de estratégias cognitivas e comportamentais, juntamente com o suporte emocional proporcionado pelo terapeuta, torna a psicoterapia uma ferramenta essencial para a recuperação e a manutenção da saúde mental.

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@psicologaluciadornelas