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RELAÇÃO ENTRE AS DISTORÇÕES COGNITIVAS E A ANSIEDADE

As distorções cognitivas são interpretações errôneas da realidade que as pessoas fazem, geralmente de forma automática e inconsciente. Essas distorções são padrões de pensamento negativos que podem contribuir significativamente para o desenvolvimento e a manutenção de transtornos de ansiedade. A teoria cognitiva, amplamente desenvolvida por Aaron Beck, sugere que essas distorções cognitivas estão no cerne de muitos problemas emocionais e comportamentais.

Existem várias formas de distorções cognitivas, entre as quais se destacam:

  1. Pensamento de Tudo ou Nada: Perceber situações em termos extremos, sem reconhecer a gama de possibilidades intermediárias. Por exemplo, alguém pode ver um pequeno erro como um fracasso total.
  2. Supergeneralização: Tirar conclusões amplas e generalizadas a partir de um único evento. Uma pessoa pode acreditar que um evento negativo isolado é parte de um padrão contínuo de fracassos.
  3. Filtro Mental: Focar exclusivamente nos aspectos negativos de uma situação, ignorando qualquer coisa positiva. Isso pode levar a uma visão distorcida e pessimista da realidade.
  4. Desqualificação do Positivo: Desconsiderar ou minimizar experiências positivas, acreditando que não contam ou que são irrelevantes.
  5. Leitura Mental: Assumir que se sabe o que os outros estão pensando, geralmente de forma negativa, sem evidências concretas.
  6. Catastrofização: Antecipar o pior resultado possível e acreditar que ele é inevitável.
  7. Raciocínio Emocional: Assumir que emoções negativas refletem a realidade objetiva. Por exemplo, sentir-se ansioso pode levar alguém a concluir que uma situação é perigosamente ameaçadora.
  8. Declarações de “Deveria”: Imposição de regras rígidas e expectativas irreais sobre si mesmo e os outros, levando a sentimentos de fracasso ou frustração quando essas expectativas não são cumpridas.

Essas distorções cognitivas podem amplificar os sintomas de ansiedade. Por exemplo, um indivíduo que frequentemente se envolve em pensamentos de catastrofização pode estar constantemente preocupado com eventos futuros, antecipando desastres e, portanto, sentindo-se ansioso na maior parte do tempo. Da mesma forma, a supergeneralização pode levar alguém a sentir-se sem esperança e ansioso sobre sua capacidade de lidar com desafios futuros, baseando-se em experiências passadas isoladas.

O impacto dessas distorções na ansiedade pode ser observado em vários transtornos de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de pânico, transtorno de ansiedade social e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Em cada um desses transtornos, as distorções cognitivas desempenham um papel crucial na perpetuação dos sintomas ansiosos.

Intervenções cognitivas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), são amplamente utilizadas para ajudar os indivíduos a identificar e modificar essas distorções cognitivas. A TCC envolve técnicas como a reestruturação cognitiva, que ensina os pacientes a reconhecer e desafiar pensamentos distorcidos, substituindo-os por interpretações mais realistas e equilibradas. Através desse processo, a redução das distorções cognitivas pode levar a uma diminuição significativa dos sintomas de ansiedade.

Em resumo, as distorções cognitivas são fatores críticos na relação com a ansiedade, contribuindo para a percepção exagerada de ameaças e riscos. A compreensão e a modificação dessas distorções são essenciais para o tratamento eficaz da ansiedade e para a promoção de um funcionamento emocional mais saudável.

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@psicologaluciadornelas