O transtorno ou síndrome de pânico (TP) é caracterizado por ataques de pânico periódicos e surgem de maneira abrupta, sem que seja identificado o que gerou a crise que vem acompanhada de sintomas físicos e cognitivos, causando modificações no comportamento da pessoa devido a sensação de medo e mal-estar constantes com a possibilidade de novas crises, impactando negativamente na sua qualidade de vida.
O ataque de pânico pode ocorrer a partir de um estado ansioso ou um estado calmo, atinge seu pico entre 15 a 30 minutos e, apesar da intensidade dos sintomas, que são muito desconfortáveis, não acarreta risco de morte.
A região subcortical (central) do cérebro é responsável pelo controle das emoções e da liberação dos neurotransmissores – mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios e outras células do corpo, determinando o funcionamento fisiológico e psicológico, como batimentos cardíacos, frequência respiratória, apetite, sono, medo, humor, dentre outros.
Estudos mostram uma relação entre transtorno de pânico com a atividade anormal dos neurotransmissores noradrenalina, adrenalina e cortisol – hormônios que preparam o organismo para fugir ou lutar diante de um perigo. Só que durante uma crise de pânico esse “alarme” cerebral acontece sem que haja um perigo real, provocando mal-estar e medo intenso. Esse transtorno pode estar associado a agorafobia, que é o medo de não conseguir escapar ou obter ajuda caso a fobia e ansiedade fiquem mais intensas.
O transtorno do pânico pode atingir homens e mulheres, mas a prevalência maior é no sexo feminino, devido à sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal no período fértil.
A primeira crise costuma iniciar na adolescência ou no começo da idade adulta, mas pode ocorrer em qualquer idade, sem motivo aparente. As crises podem acontecer também durante o sono.
Fatores que podem dar origem a síndrome do pânico:
- Biológicos – Disfunções cerebrais; Fatores genéticos;
- Socioculturais e Ambiental – Assédio de diversos tipos; Demandas abusivas ou excessivas; Ambiente competitivo; Pressão por constante atualização e inovação; etc.
- Hábitos poucos saudáveis – Tabagismo; Alcoolismo; drogas ilícitas ou prescritas; Morte ou doença na família; Negligência alimentar e do sono.
Diagnóstico do transtorno do pânico
O diagnóstico do transtorno do pânico é feito de acordo com os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), código 300.01 (F41.0),
que determina a presença durante o ataque, que precisa ser recorrente durante pelo menos um mês, de quatro ou mais dos sintomas descritos abaixo:
Sintomas físicos:
- Dificuldades para respirar;
- Taquicardia, coração acelerado e palpitações;
- Tontura, náuseas ou desconforto abdominal;
- Calafrios e/ou ondas de calor;
- Parestesia (formigamento ou dormência em alguma parte do corpo);
- Dor no peito (confundida, muitas vezes, com um possível infarto);
- Cabeça leve (como se estivesse fora do mundo).
Sintomas cognitivos:
- Medo desproporcional com relação a realidade, que geram pensamentos catastróficos;
- Sensação de morte;
- Desrealização – sensação de desligamento do ambiente em que se encontra;
- Despersonalização – sensação de desligamento do próprio corpo ou dos próprios processos mentais.
É fundamental que seja feito o diagnóstico diferencial com outras doenças cujos sintomas são semelhantes, como hipertireoidismo, epilepsia, ataques cardíacos, hipoglicemia, etc.
Tratamento da síndrome do pânico
O tratamento do transtorno de pânico tem como objetivo diminuir a intensidade e a frequência dos sintomas, permitindo que a pessoa retorne à sua funcionalidade.
Devido ao curso crônico do transtorno de pânico o tratamento ocorre a longo prazo, entre 6 meses e 1 ano.
- Medicamentoso
- Deve ser conduzido por um médico psiquiatra;
- Os medicamentos mais utilizados são os antidepressivos, como a fluoxetina, sertralina, clonazepam, dentre outros, que aumentam os níveis de serotonina no cérebro e ajudam a regular o humor e o bem-estar da pessoa.
- sua duração vai depender da intensidade da doença, podendo variar de meses a anos, mas se trata de um problema que pode ser controlado, mas para o qual não existe a cura completa.
Importante- não se automedique nem recorra ao consumo de álcool ou de outras drogas para aliviar os sintomas do pânico. Agindo assim, em vez de resolver um problema, você estará criando outros; – procure assistência médica.
- Psicoterapia
- Acompanhamento com um profissional habilitado que inclui:
- Psicoeducação sobre o transtorno;
- Identificação dos gatilhos dos ataques
- Trabalhar formas de lidar com os sintomas e até mesmo evita-los.
- Acompanhamento com um profissional habilitado que inclui:
- Atividades físicas aeróbicas
- Cuidados com o sono e alimentação
- Meditação e práticas de técnicas de relaxamento.
Dicas para ajudar uma pessoa que está tendo uma crise de pânico:
- Orientar a pessoa a se concentrar na respiração e respirar lentamente;
- Se possível, coloque a pessoa em um lugar mais calmo e tranquilo;
- Oriente a pessoa a focar em objetos que ela possa ver e tocar de modo a traze-la para o momento presente;
- Acolha o que a pessoa está sentindo sem minimizar seu sofrimento;
- Pergunte a pessoa sobre a medicação que a ajuda a sair da crise de pânico e ajude-a a tomar;
- Busque atendimento médico.
Busque ajuda de um psicoterapeuta, caso apresente crises do pânico.
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(81) 99998-2718
Referências
https://proaes.ufra.edu.br/images/Cartilha_-_Transtornos_Mentais.pdf- acessado em 21/09/2023
https://www.scielo.br/j/rprs/a/VgdKjMfjhGfGcFTdBgYCq6G/?format=pdf&lang=pt- acessado em 21/09/2023
DSM5-https://www.institutopebioetica.com.br/documentos/manual-diagnostico-e-estatistico-de-transtornos-mentais-dsm-5.pdf- acessado em 21/09/2023